quinta-feira, 10 de junho de 2010

Uma reflexão feita a apartir da leitura do texto de texto de Emery Marques Gusmão

O PROFESSOR NÃO É MAIS AQUELE...

De fato em relação à escola de 1950, a escola contemporânea sofreu uma série de mudanças, não só nas práticas pedagógicas aplicadas em sala de aula, mais também na origem social e na ideologia do corpo docente.

A escola em 1950, enquadrada em um padrão Tradicionalista e amparada pelo exagerado Positivismo do Brasil na época, se preocupava somente com datas, heróis, vencedores, sobretudo no ensino de história (Estudos Sociais na época), usou e abusou de suas práticas memorizantes e da disciplina rígida com uso de castigos corporais abusivos, esta escola ousa ser chamada por seus contemporâneos de “fase áurea”. Não é preciso fazer uma pesquisa sociológica aprofundada para saber que os anos 50 foram sim, uma “fase áurea”, mais não da educação, e sim de uma classe dominante em seu apogeu no século XX, nunca na história da educação a escola foi tão usada como aparelho ideológico como nos anos 50, os professores vindos das classes mais abastadas, muitas vezes médicos, dentistas, advogados, eram responsáveis por disseminar, para os alunos e para os novos professores, uma ideologia de acomodação e aceitação, transmitindo os fatos históricos com o olhar voltado somente para os vencedores sem espaço para os que estavam à margem do progresso, ou seja, os vencidos. Se os seus contemporâneos a chamam de “fase áurea” é por que sem dúvida a emanação desta ideologia teve efeito profundo na mentalidade daquela sociedade.

De outro lado está a escola contemporânea, agora com professores vindos de classes menos favorecidas, completando no mínimo a licenciatura, algo extremamente raro nos anos 50, com novas visões pedagógicas e aptos à experimentá-las, agora luta por seus direitos e não é por acaso que clama por melhores condições de trabalho, pois é colocado em salas com 30, 40 alunos e mesmo sem ser atendido de maneira justa, continua sua luta rumo a uma sociedade melhor e mais igual, com uma nova preocupação, que julga primordial para o sucesso da prática pedagógica, “a formação do cidadão crítico” apto a interpretar os fatos históricos por conta própria, pois ao contrário do que pretendiam os positivistas, nem mesmo o livro didático é o dono da verdade, o professor atual trabalha com propostas que questionam a narrativa e a verdade histórica.

A visão histórica da escola vem sofrendo mutações e o debate entre o tradicionalismo e as novas práticas pedagógicas ainda perdurarão por muito tempo, talvez a escola ainda sirva como aparelho ideológico das classes dominantes e este é um aspecto em comum entre as duas visões discutidas, mais o fato é que, o próprio debate destas questões e fruto da nova maneira de se ensinar, é claro que não podemos chamar ainda de “fase áurea da educação”, e infelizmente ainda estamos longe deste ideal, mais é para isso que estão se esforçando, os novos professores.

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