segunda-feira, 23 de novembro de 2009

HISTÓRIA ECONÔMICA DAS REGIÕES NORDESTE E SUDESTE NO SÉCULO XIX

É fato que a economia do Brasil, quando se trata de regiões, sempre foi de certa forma desigual e desintegrada, talvez por que cada região tenha sua própria história sócio-econômico-política, entretanto as principais divergências estão entre a região nordeste e a região sudeste, talvez por seu histórico em comum, de liderança da economia do país,com efeito, todos nós sabemos que a liderança da economia brasileira pela região nordeste se estendeu desde período colonial até o império e só teve seu declínio muito próximo início da republica velha, já a região sudeste predomina desde que assumiu seu posto de principal economia em 1870 até os dias atuais com o advento da industrialização. Nos situaremos no século XIX portanto não chegaremos de fato à industrialização, embora a mesma estivesse já em fase embrionária, mais entenderemos a situação econômica do sudeste e o que possibilitou penetração da industrialização, além de compreendermos os fatores determinantes para o declínio da economia nordestina.

REGIÃO NORDESTE

Não se pode falar da região nordeste sem tratar de seu apogeu econômico durante o período da produção açucareira, para entender essa etapa da região nordeste é necessário se desprender do conceito contemporâneo e de caráter ideológico de que o nordeste sempre foi uma região improdutiva e sem importância econômica para o Brasil, durante toda a colônia e império o açúcar se manteve como principal produto de exportação no Brasil, vendido e apreciado em toda a Europa, é inegável sua importância na economia brasileira pois o mercado interno ainda não era desenvolvido o bastante para ser tratado em números significativos, mais havia ainda no nordeste um outro produto que estava encontrando um mercado crescente na Europa, o algodão, produzido em larga escala no atual estado do maranhão e vendido para as grandes industrias têxteis da Inglaterra, os grandes produtores de algodão junto com os senhores de engenho de cana-de-açúcar, viveram anos de extrema euforia, mais que não ultrapassaram o século XIX, a Inglaterra começou a produzir nas Antilhas cana-de-açúcar em larga escala, provocando além da queda das exportações nordestinas, a queda dos preços do produto em todo o mundo, com o algodão não foi diferente, nos EUA iniciou-se a produção em larga escala de algodão, com técnicas de cultivo e mercado diferenciado, o algodão norte-americano além de ser exportado também encontrava mercado internamente, o que no Brasil não acontecia, fator esse devido a escravidão, talvez o maior pecado da economia nordestina, considerando que a escravidão era a forma oposta do capitalismo que estava avançando em todo o mundo. A partir deste contexto o nordeste passou, e a quem diga que ainda passa, por um processo de involução e estagnação e é nesse rastro que se passou a ver o nordeste oligárquico, pobre e desigual, com uma visão capitalista, uma economia a não ser seguida.

REGIÃO SUDESTE

Simultaneamente ao declínio da região nordeste a região sudeste emergia com um novo produto, que aliado a pecuária industrializada com o gado de corte, encontrou um mercado promissor na Europa, esse novo produto era o “café”, essa economia ficou conhecida com a política do “café com leite” que logo tomou o posto de economia numero um no Brasil em meados de 1870, ao contrario do nordeste que era abastecido fartamente de escravos o sudeste sofreu com a falta de mão-de-obra , condição que o obrigou a uma política de incentivo imigração, sobretudo européia , esses imigrantes vinham ao Brasil na condição de trabalhadores assalariados, mais ainda não eram trabalhadores o bastante para cobrir a demanda da produção do café, após a abolição da escravatura em 1888 os antigos trabalhadores dos canaviais, em sua maioria escravos, estavam partindo para a economia de subsistência agravando ainda mais a situação da economia açucareira, este mesmo processo, só que de forma inversa aconteceu no sudeste, com os imigrantes europeus não dando conta da demanda cafeeira, iniciou-se a conversão de trabalhadores das áreas de subsistência, sobretudo das Minas Gerais, para a economia cafeeira também sob a condição de trabalhadores assalariados, o fato dos trabalhadores da região sudeste serem assalariados, possibilitou a mesma, uma criação de um mercado interno, o que não aconteceu nem de longe no nordeste, a partir desse momento o mercado interno brasileiro começa a tomar forma, sob o comando da região sudeste, é fato que o café no momento referido, era destinado à exportação, mais os salários pagos aos trabalhadores possibilitou a formação de um mercado interno, sob a ótica do capitalismo o próximo passo dessa economia seria a industrialização, o que de fato aconteceu.

PERSPECTIVAS ATUAIS

Desde então a economia do sudeste lidera o país com uma diferença bastante considerável em relação às outras regiões, encontra-se na região sudeste 56,8 % do PIB nacional (2006), essa disparidade regional que acontece no Brasil no âmbito da economia é agravado pelas dimensões geográficas do país e causa sérias conseqüências sociais, dentre elas a migração desordenada, esta falta de integração nacional gera ao país uma descentralização do capital, que devido à sua complexidade é difícil de ser interpretada, para explicar melhor esse conceito entenderemos que; considerando que um mesmo sistema monetário tenha duas regiões, uma rica e uma pobre, é praticamente impossível que este país se torne completamente igual, já que a região rica tende sempre a necessitar da mão-de-obra da região pobre e a região pobre tende sempre a necessitar do produto da mão-de-obra que foi empregada na indústria da região rica, é fato que essa desigualdade interessa a região rica, pois mantendo uma região pobre terá sempre um contingente de mão-de-obra e um mercado em potencial, pois a região pobre por não ser industrializada é obrigada a importar os produtos que necessita para a sobrevivência em preços mais elevados devido ao transporte dos produtos de uma região para outra, mantendo assim um ciclo vicioso em que a região pobre tende sempre a ficar ainda mais pobres e a região rica tende sempre a se manter no mesmo posto.

Bibliografia:

FURTADO,Celso. formação econômica do Brasil;São Paulo: Companhia das letras, 2007
OLIVEIRA, Francisco de. Elegia para uma re(li)gião: sudene , nordeste.planejamento e conflito de classes; 3° ed. Rio de janeiro, Paz e Terra,1981
JÚNIOR,Caio Prado. História econômica do Brasil; Brasília, Brasiliense, 1970
Boletin regional do banco central do Brasil; Ibge, eleboração banco central do Brasil, 2009

Nome; Ronimar Brito Lima R.A 2009071942
Nome; Douglas Oliveira Rodrigues R.A 2009 086 192
Nome; Elisangela dos Santos Bonfim R.A 2009 060 878

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